Resenha
Livro: Anjo da Morte
Autor: Pedro Bandeira
Ano: 1988
“Ele
vivia dizendo que o conhecimento do mal era a única maneira de impedir que o
mal se repetisse.”
Começo
minha resenha com esse trecho do livro, e vocês entenderão o motivo com sua
leitura. Em mais uma de suas aventuras, os Karas enfrentam dessa vez uma
organização criminosa internacional, mais perigosa que todas as outras que eles
já enfrentaram antes: os nazistas.
Solomon
Friedman é (era) um ator judeu que vivia no Brasil desde o final da Segunda
Guerra Mundial e amigo/mestre de Calú.. No dia da estreia de uma grande peça
sua, enquanto Calú e Magri estão na plateia, Solomon é assassinado no seu
camarim, segundos antes de entrar no palco. O grupo dos Karas começa a investigar,
junto com seu inseparável amigo detetive Andrade, o possível assassino de
Friedman: o Anjo Da Morte, um médico nazista que empalava cabeças de crianças
na Segunda Guerra.
Em
meio a toda essa aventura, temos a discussão do nazismo ressurgindo. Apesar do
livro ter sido lançado em 1988, esse tema continua bastante atual, visto que
temos acompanhado uma escalada fascista num mundo, como na a Alemanha pós-primeira
guerra, assolado por uma crise econômica e consequentemente política.
Além
de toda a discussão já mencionada, pode-se perceber uma crítica social ao
abandono de crianças pelo Estado, além da violência sofrida por elas, como
podemos ver através desse trecho:
“Afinal,
qual seria o destino delas, se aquele mundo fanático de crimes não lhe tivesse
aparecido? Não seria também um outro mundo de crimes? Não seria também acabar
morto pela bala da polícia ou enterrado nas prisões?”
Também
podemos observar a temática do racismo, atrelada a todas as outras já faladas
anteriormente. O livro possui como público alvo adolescentes e pré adolescentes,
por isso a abordagem da história se dá de maneira leve, apesar de tratar de
temas tão sérios e relevantes. Como esse é o terceiro livro da série dos Karas,
pude perceber um amadurecimento do autor ao lidar com temas polêmicos. No primeiro
livro tudo foi feito muito implicitamente, já no segundo e terceiro podemos
observar as questões sendo melhor trabalhadas e um pouco mais aprofundadas – já
faziam três anos do fim da Ditadura civil-militar no Brasil.
Recomendo
fortemente a leitura, principalmente para jovens leitores, sejam eles de 10
anos ou 70!
Vc pode me dizer todas as pista verdadeira que indicam o verdadeiro culpado
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