segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Anjo da morte


Resenha
Livro: Anjo da Morte
Autor: Pedro Bandeira
Ano: 1988

“Ele vivia dizendo que o conhecimento do mal era a única maneira de impedir que o mal se repetisse.”

Começo minha resenha com esse trecho do livro, e vocês entenderão o motivo com sua leitura. Em mais uma de suas aventuras, os Karas enfrentam dessa vez uma organização criminosa internacional, mais perigosa que todas as outras que eles já enfrentaram antes: os nazistas.

Solomon Friedman é (era) um ator judeu que vivia no Brasil desde o final da Segunda Guerra Mundial e amigo/mestre de Calú.. No dia da estreia de uma grande peça sua, enquanto Calú e Magri estão na plateia, Solomon é assassinado no seu camarim, segundos antes de entrar no palco. O grupo dos Karas começa a investigar, junto com seu inseparável amigo detetive Andrade, o possível assassino de Friedman: o Anjo Da Morte, um médico nazista que empalava cabeças de crianças na Segunda Guerra.
Em meio a toda essa aventura, temos a discussão do nazismo ressurgindo. Apesar do livro ter sido lançado em 1988, esse tema continua bastante atual, visto que temos acompanhado uma escalada fascista num mundo, como na a Alemanha pós-primeira guerra, assolado por uma crise econômica e consequentemente política.

Além de toda a discussão já mencionada, pode-se perceber uma crítica social ao abandono de crianças pelo Estado, além da violência sofrida por elas, como podemos ver através desse trecho:

     “Afinal, qual seria o destino delas, se aquele mundo fanático de crimes não lhe          tivesse aparecido? Não seria também um outro mundo de crimes? Não seria também   acabar morto pela bala da polícia ou enterrado nas prisões?”

Também podemos observar a temática do racismo, atrelada a todas as outras já faladas anteriormente. O livro possui como público alvo adolescentes e pré adolescentes, por isso a abordagem da história se dá de maneira leve, apesar de tratar de temas tão sérios e relevantes. Como esse é o terceiro livro da série dos Karas, pude perceber um amadurecimento do autor ao lidar com temas polêmicos. No primeiro livro tudo foi feito muito implicitamente, já no segundo e terceiro podemos observar as questões sendo melhor trabalhadas e um pouco mais aprofundadas – já faziam três anos do fim da Ditadura civil-militar no Brasil.


Recomendo fortemente a leitura, principalmente para jovens leitores, sejam eles de 10 anos ou 70!

Um comentário:

  1. Vc pode me dizer todas as pista verdadeira que indicam o verdadeiro culpado

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