terça-feira, 9 de maio de 2017

Uma cama para três


Resenha - Uma cama para três
Autora: Carmen Reid

Bella Browning: uma executiva, totalmente obcecada com seu trabalho, e sempre preocupada com seu visual. Casada com um homem bem mais velho que ela, o Don, vivendo uma paixão repentina e avassaladora, tanto que se casaram um ano após se conhecerem.
Com essa breve apresentação, começo minha resenha. Um livro que tinha todos os motivos para se tornar um mero clichê do gênero, assim como O Diário de Brigdget Jones ou os Delírios de Consumo de Becky Bloom, mas consegue ir além do esperado, abordando questões importantíssimas no que diz respeito ao universo feminino.
A protagonista engravida , sem o consentimento do marido, partir desse fato, vê sua vida mudar completamente. Apesar de, em momento algum a protagonista se assumir como feminista, vemos questões muito caras ao feminismo sendo abordadas ao longo de todo o livro, de maneira real, como deve ser. Já na gravidez, Bella começa a perceber o isolamento que as mães enfrentam na sociedade, pois suas amigas não a procuram mais e mesmo seu companheiro, sempre tão carinhoso, começa a se portar de maneira despreocupada em relação aos dramas enfrentados por uma gestante e futura mãe.
Percebemos um Don extremamente distante a partir do nascimento de seu filho. Um homem de 40 anos que ainda acreditar estar despreparado para se tornar pai. Podemos observar nesse ponto, como a Bella amadureceu a partir do nascimento de seu filho, forçadamente, pois o bebê a requisita 24 horas por dia/ 7 dias por semana e um Don imaturo, por vezes infantil, fugindo de seu compromisso como pai, não estando presente nos momentos que a sua esposa mais precisava.
O livro segue desmistificando a maternidade, o instinto que a sociedade insiste que as mulheres possuem de cuidadoras e maternais. Aborda a maternidade real, com seus dramas, seus sofrimentos, mas nem por isso menos bela. Bella possui uma amiga, que também é mãe, após o parto e percebemos uma amizade baseada no companheirismo entre as duas, na sororidade feminina, na compaixão pelos problemas compartilhados pelas duas. Um livro com linguagem simples, acessível à maior parte do público, que à primeira vista é superficial, mas quando explorado em seu sentido mais profundo, nos faz refletir sobre questões mais amplas, como a maternidade e o feminismo por exemplo

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