Resenha
Livro: O Pequeno Príncipe
Autor: Antoine de Saint-Exupéry
Número de páginas: 95
Ano de lançamento: 1943
Antoine de Saint Exupéry (1900-1944) foi um escritor,
ilustrador e piloto francês, é o autor de um clássico da literatura “O Pequeno
Príncipe”, escrito em 1943. Apesar de à primeira vista parecer um livro
infantil, a obra é repleta de simbolismos e metáforas. É um livro que é
apreciado pelo público infantil por conta das suas ilustrações e linguagem
fácil, e também é perfeito para os adultos que não deixam a sua criança
interior morrer. É basicamente sobre isso que trata o livro. Vamos ao enredo.
Um piloto de avião começa narrando sua infância. Ele
gostava de desenhar quando criança mas foi desestimulado pela sua família, que
o obrigou a estudar para aprender uma profissão mais rentável. Quando passamos
a conhecer um pouco a biografia do autor, podemos perceber que ele é o próprio
piloto de avião, visto que também gostava de desenhar na infância, mas se
tornou piloto por pressão da família. O protagonista nos revela que quando
mostrava seus desenhos à gente grande, aos adultos, eles nunca entendiam o que
estava representada verdadeiramente nas gravuras, somente as crianças eram
capazes de reconhecer e entender além das aparências. Os adultos acabam
complicando demais as coisas.
Em um determinado dia, esse piloto cai no meio do deserto e
encontra um rapaz loiro, um pequeno príncipe. Esse menino veio de um planeta
distante e já havia passado por vários outros planetas até chegar à Terra. Ele
conta toda sua aventura ao piloto. Em suas andanças, encontrou um rei, um
bêbado, um vaidoso, um geógrafo, um empresário, todos homens ocupados em seus
próprios umbigos e em serem admirados e que não conseguem perceber a presença
de nada além deles próprios.
O príncipe conta que em seu planeta de origem, cuidava de
uma rosa, que se dizia única, mas pelo fato da rosa ser rude, acabou
abandonando-a e foi viver suas aventuras em outros planetas. Quando encontra um
jardim de rosas na terra, fica chateado pois acreditava que sua rosa era única.
Mas depois descobre que o que faz uma pessoa ser única para a outra é o fato
dela nos cativar. Como podemos observar através desse trecho:
“Era
apenas uma raposa parecida com outras cem mil, mas eu a tornei minha amiga e
agora é única no mundo.”
A rosa representa a esposa do autor. Os
dois tiveram um casamento conturbado durante 13 anos e ele a abandonou em busca
de outras “rosas” , mas achou essa forma de tentar se reconciliar com a esposa
através da homenagem.
O livro segue com questões filosóficas e
existencialistas, chega a me lembrar um Albert Camus para crianças, com o risco
de estar sendo exagerada , e um pouco mais acessível ao grande público,
diferente do autor argelino. Conseguimos compreender o valor das verdadeiras
amizades, a importância de nunca deixarmos a nossa criança interior morrer,
pois o modo como as crianças observam o mundo é inocente e desprendido da maior
parte dos preconceitos que nos infectam quando adultos, fala sobre a dor da
perda de alguém querido. Na minha opinião, o príncipe representa a criança
interior do piloto. O encontro entre o piloto e o príncipe acaba sendo um
encontro entre ele e ele mesmo, bem no estilo do filme Logan. Quem já viu
consegue entender o que estou dizendo. Por todos os motivos, recomendo
fortemente a leitura. Que possamos aprender a nunca abandonar de vez nossa
maneira mais infantil, desprendida, de olhar o mundo, quando necessário.
Afinal, gente grande é complicada! Vamos descomplicar!!!
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