domingo, 2 de dezembro de 2018

O pequeno príncipe


Resenha
Livro: O Pequeno Príncipe
Autor: Antoine de Saint-Exupéry

Número de páginas: 95

Ano de lançamento: 1943

 

Antoine de Saint Exupéry (1900-1944) foi um escritor, ilustrador e piloto francês, é o autor de um clássico da literatura “O Pequeno Príncipe”, escrito em 1943. Apesar de à primeira vista parecer um livro infantil, a obra é repleta de simbolismos e metáforas. É um livro que é apreciado pelo público infantil por conta das suas ilustrações e linguagem fácil, e também é perfeito para os adultos que não deixam a sua criança interior morrer. É basicamente sobre isso que trata o livro. Vamos ao enredo.


Um piloto de avião começa narrando sua infância. Ele gostava de desenhar quando criança mas foi desestimulado pela sua família, que o obrigou a estudar para aprender uma profissão mais rentável. Quando passamos a conhecer um pouco a biografia do autor, podemos perceber que ele é o próprio piloto de avião, visto que também gostava de desenhar na infância, mas se tornou piloto por pressão da família. O protagonista nos revela que quando mostrava seus desenhos à gente grande, aos adultos, eles nunca entendiam o que estava representada verdadeiramente nas gravuras, somente as crianças eram capazes de reconhecer e entender além das aparências. Os adultos acabam complicando demais as coisas.


Em um determinado dia, esse piloto cai no meio do deserto e encontra um rapaz loiro, um pequeno príncipe. Esse menino veio de um planeta distante e já havia passado por vários outros planetas até chegar à Terra. Ele conta toda sua aventura ao piloto. Em suas andanças, encontrou um rei, um bêbado, um vaidoso, um geógrafo, um empresário, todos homens ocupados em seus próprios umbigos e em serem admirados e que não conseguem perceber a presença de nada além deles próprios.


O príncipe conta que em seu planeta de origem, cuidava de uma rosa, que se dizia única, mas pelo fato da rosa ser rude, acabou abandonando-a e foi viver suas aventuras em outros planetas. Quando encontra um jardim de rosas na terra, fica chateado pois acreditava que sua rosa era única. Mas depois descobre que o que faz uma pessoa ser única para a outra é o fato dela nos cativar. Como podemos observar através desse trecho:


“Era apenas uma raposa parecida com outras cem mil, mas eu a tornei minha amiga e agora é única no mundo.”


A rosa representa a esposa do autor. Os dois tiveram um casamento conturbado durante 13 anos e ele a abandonou em busca de outras “rosas” , mas achou essa forma de tentar se reconciliar com a esposa através da homenagem.


O livro segue com questões filosóficas e existencialistas, chega a me lembrar um Albert Camus para crianças, com o risco de estar sendo exagerada , e um pouco mais acessível ao grande público, diferente do autor argelino. Conseguimos compreender o valor das verdadeiras amizades, a importância de nunca deixarmos a nossa criança interior morrer, pois o modo como as crianças observam o mundo é inocente e desprendido da maior parte dos preconceitos que nos infectam quando adultos, fala sobre a dor da perda de alguém querido. Na minha opinião, o príncipe representa a criança interior do piloto. O encontro entre o piloto e o príncipe acaba sendo um encontro entre ele e ele mesmo, bem no estilo do filme Logan. Quem já viu consegue entender o que estou dizendo. Por todos os motivos, recomendo fortemente a leitura. Que possamos aprender a nunca abandonar de vez nossa maneira mais infantil, desprendida, de olhar o mundo, quando necessário. Afinal, gente grande é complicada! Vamos descomplicar!!!


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