domingo, 7 de outubro de 2018

O amor segundo Buenos Aires


Resenha
Livro: O Amor Segundo Buenos Aires
Autor: Fernando Scheller
Ano de lançamento: 2016
Número de páginas: 288

O Amor Segundo Buenos Aires é, realmente, um livro sobre esse sentimento que nos move: o amor, em todas as suas formas e manifestações. O livro é o romance de estreia do jornalista Fernando Scheller.

Confesso que me interessei pelo livro a partir do título e pela foto de capa, que é magnífica. O titulo me chamou atenção pois tenho sonho de conhecer toda a América Latina, inclusive a cidade portenha, capital da Argentina. Não consigo pensar em cenário melhor para a história. Aliás, Buenos Aires não é somente pano de fundo da história. É uma das personagens principais. Mas vamos ao enredo.

Hugo, um brasileiro, decide se mudar para Buenos Aires por amor  à sua namorada, Leonor,  que tenta se reaproximar do pai argentino. Mas, logo no primeiro capítulo do livro, somos surpreendidos com o término desse relacionamento. O capitulo narra o momento que Hugo deixa Leonor, pois não enxerga mais reciprocidade naquela união, que se tornara unilateral. Nesse momento, já podemos observar uma inversão : é o homem que sofre pela mulher, não ao contrário. Ponto positivo já no começo do livro.
A partir disso, todos os capítulos são narrados por personagens diferentes , que falam sobre uma outra pessoa. Por exemplo, o primeiro capítulo se intitula: Leonor, segundo Hugo. Todos os capítulos obedecem à essa estrutura. Achei ótimo, pois nos apresenta a história sob variados pontos de vista.

Além de Hugo, temos Carol, uma comissária de bordo que nutria uma paixão platônica pelo Hugo; Eduardo, o melhor amigo de Hugo; sr Pedro, pai de Hugo. E Buenos Aires, que se torna um dos amores do nosso personagem principal, amor , esse sim, correspondido.

É importante destacar a presença de um casal homossexual na trama: Eduardo e Daniel. Um dos casais mais apaixonantes que já tive o prazer de acompanhar a história. O amor desse casal é retratado de maneira fluida, não sendo a sexualidade deles o que os determina, apenas mais um espectro, uma característica dos seres humanos Edu e Dani, mas sem deixar de abordar os preconceitos e dificuldades vividas pelos homossexuais em nossa sociedade.

O livro toca em temáticas sensíveis, como o aborto, de maneira não sensacionalista. Todos os personagens são bem reais, nada maniqueístas. Me identifiquei facilmente com todos eles, pois somos assim: seres não perfeitos, buscando conexões.
A obra é permeada por emoções. Muitas vezes me peguei rindo, chorando, pensando. Gosto de livros que me provoquem sensações, seja de que natureza for. Esse me provocou emoções diversas.

Acredito que o livro fale sobre conexões: aquelas que podemos encontrar com nossos amigos, ao longo da vida, que podem nos ajudar e estar do nosso lado muito mais que nossa família; aquela com nossos pais, onde alguns tem relacionamentos confusos, paradoxais, outros possuem uma relação mais leve , de puro amor; com nosso (s) amor(es), que conhecemos ao longo de nossa vida. Sobretudo, identificação com um lugar, o qual nos sentimos em casa. Esse lugar também pode ser uma pessoa. O capítulo final é homônimo do titulo do livro. Traz a cidade de Buenos Aires dissertando sobre o amor.

O autor descreve muito bem os locais da cidade portenha, aumentando muito a minha vontade de conhecer esse local. Todo capítulo vem com um mapa do lugar de Buenos Aires importante para o personagem em questão.

A obra fala sobre amor em todas as suas formas, manifestações, pluralidade existente. Em tempos de ódio, é melhor andar amado. Recomendo a leitura!

“Se você já amou demais
Se acredita que todo amor vale a pena
Esse livro é para você.”

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