domingo, 7 de julho de 2019

A princesa prometida


Resenha
Livro: A Princesa Prometida
Autor: William Goldam (S. Morgenstern.)
Ano da edição: 2018
Número de páginas: 416
Editora: Intrínseca

Uma paródia dos livros de romance épicos. Uma história diferente de tudo que já havia lido do gênero. Essas frases são poucas para expressar a surpresa que me atingiu lendo esse clássico cult, que teve uma adaptação para o cinema, roteirizada pelo próprio autor, na década de 80.
Goldman começa a história dizendo que A princesa Prometida é seu livro preferido, apesar de nunca ter lido o mesmo. Ele nos esclarece esse ponto. O autor fala que o livro, na realidade, não é de sua autoria, mas de um homem chamado S. Morgenstern, nascido em Florin, que possuía mais de 1000 páginas. Ele segue dizendo que o livro foi lido por seu pai para um Goldman de apenas 10 anos quando convalescia de uma pneumonia, na cama de seu quarto. Seu pai havia resumido o livro conforme lia, deixando apenas as partes boas, recheadas de amor, vingança, aranhas, cobras, esgrima, lutas, coragem. Por isso, o Goldman, já adulto, decide reeditar esse grande calhamaço deixando apenas as partes boas lidas pelo seu pai. Ao longo de toda a trama, o autor interrompe a história para contar um pouco de sua vida pessoal e da maneira como foi feita a edição da história.
Nesse momento, posso dizer que fui fisgada pela leitura, pois essa organização era algo totalmente diferente das leituras com as quais estava acostumada. Eis a história. O livro conta a saga de Buttercup e Westley, uma camponesa e um menino da fazenda. Buttercup é uma mulher lindíssima, que se apaixona perdidamente por Westley, os dois apenas dois jovens na época. Ela morava com seus pais em uma fazenda e Westley era um empregado da mesma. Ela sempre maltratava o menino, que respondia aos seus insultos com a mesma frase: como queira. Um dia, quando uma mulher poderosa visita a fazenda dos pais da protagonista e dá em cima de Westley, Buttercup percebe que ele é o amor da sua vida e se declara. O empregado corresponde ao seu amor, mas decide ir para a América em busca de dinheiro, para poder se casar e dar uma vida à altura da protagonista.
Conforme o tempo vai passando, os dois se correspondem por cartas, que , de uma hora para outra, deixam de chegar. Um boato chega aos ouvidos de Buttercup, dizendo que seu amado fora morto por um pirata. Ela perde a razão e jura nunca mais se apaixonar. Após passar um tempo, o príncipe do país necessita casar, em ocasião da morte iminente de seu pai e vê em Buttercup a possibilidade de uma esposa linda, de causar inveja à todos e a pede em casamento. Ela aceita, mas deixa claro que não o ama e nunca amará.
O tempo vai passando, os dois ficam oficialmente noivos. Buttercup é sequestrada por três sujeitos peculiares: o gigante , doce e poeta Fezzik; o italiano Vizzini e o bruxo esgrimista Inigo. Devo confessar que Fezzik e Inigo acabam se tornando meus personagens preferidos ao longo da história, ao lado do casal de protagonistas, pelo seu carisma. Mas o trio sequestrador não contava com a interferência de um homem de preto, que buscava salvar Buttercup das garras dos três. A partir desse momento, a história se desenrola e nos surpreende a cada momento, com muita ironia sobre os clássicos romances românticos, muito bom humor, sátiras e uma pitada de romance na dose certa. A lição principal dessa história é que a vida não é justa.

SÓ LEIAM ESSE PARÁGRAFO APÓS A LEITURA DO LIVRO

Lembra que eu disse que o autor tece comentários ao longo de todo o livro, sobre a edição e sua vida pessoal? Fazendo um pesquisa, descobri que tudo isso não passa de invenção do autor. Todos esses comentários foram muito bem construídos e inseridos, conferindo verossimilhança à história. Juro que realmente acreditei e sofri, ri, com toda a história relatada, mas descobri, após a leitura do livro, se tratar de ficção. A meu ver, não prejudica a leitura, pelo contrário, adorei saber que ao final fui enganada assim como muitos leitores ao redor do mundo. Para mim, isso, junto ao conjunto da obra, torna-a um livro diferente de outros do gênero e especialmente interessante. Descobri também que muitos seriados, filmes e animações fazem referência à essa história. A mais interessante que descobri foi Shrek, que também é uma espécie de paródia dos contos de fada, sendo Fiona a Buttercup e Shrek o Westley. Para quem quiser se divertir, surpreender, chorar, e conhecer esse clássico cult que inspirou dezenas de outas produções, recomendo a leitura.


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