Resenha
Livro:
A Princesa Prometida
Autor:
William Goldam (S. Morgenstern.)
Ano da edição: 2018
Número de páginas: 416
Editora: Intrínseca
Uma paródia dos livros de romance épicos. Uma
história diferente de tudo que já havia lido do gênero. Essas frases são poucas
para expressar a surpresa que me atingiu lendo esse clássico cult, que teve uma
adaptação para o cinema, roteirizada pelo próprio autor, na década de 80.
Goldman começa a história dizendo que A
princesa Prometida é seu livro preferido, apesar de nunca ter lido o mesmo. Ele
nos esclarece esse ponto. O autor fala que o livro, na realidade, não é de sua
autoria, mas de um homem chamado S. Morgenstern, nascido em Florin, que possuía
mais de 1000 páginas. Ele segue dizendo que o livro foi lido por seu pai para
um Goldman de apenas 10 anos quando convalescia de uma pneumonia, na cama de
seu quarto. Seu pai havia resumido o livro conforme lia, deixando apenas as
partes boas, recheadas de amor, vingança, aranhas, cobras, esgrima, lutas,
coragem. Por isso, o Goldman, já adulto, decide reeditar esse grande calhamaço
deixando apenas as partes boas lidas pelo seu pai. Ao longo de toda a trama, o
autor interrompe a história para contar um pouco de sua vida pessoal e da
maneira como foi feita a edição da história.
Nesse momento, posso dizer que fui fisgada pela
leitura, pois essa organização era algo totalmente diferente das leituras com
as quais estava acostumada. Eis a história. O livro conta a saga de Buttercup e
Westley, uma camponesa e um menino da fazenda. Buttercup é uma mulher
lindíssima, que se apaixona perdidamente por Westley, os dois apenas dois
jovens na época. Ela morava com seus pais em uma fazenda e Westley era um
empregado da mesma. Ela sempre maltratava o menino, que respondia aos seus insultos
com a mesma frase: como queira. Um dia, quando uma mulher poderosa visita a
fazenda dos pais da protagonista e dá em cima de Westley, Buttercup percebe que
ele é o amor da sua vida e se declara. O empregado corresponde ao seu amor, mas
decide ir para a América em busca de dinheiro, para poder se casar e dar uma
vida à altura da protagonista.
Conforme o tempo vai passando, os dois se
correspondem por cartas, que , de uma hora para outra, deixam de chegar. Um
boato chega aos ouvidos de Buttercup, dizendo que seu amado fora morto por um
pirata. Ela perde a razão e jura nunca mais se apaixonar. Após passar um tempo,
o príncipe do país necessita casar, em ocasião da morte iminente de seu pai e
vê em Buttercup a possibilidade de uma esposa linda, de causar inveja à todos e
a pede em casamento. Ela aceita, mas deixa claro que não o ama e nunca amará.
O tempo vai passando, os dois ficam
oficialmente noivos. Buttercup é sequestrada por três sujeitos peculiares: o
gigante , doce e poeta Fezzik; o italiano Vizzini e o bruxo esgrimista Inigo.
Devo confessar que Fezzik e Inigo acabam se tornando meus personagens
preferidos ao longo da história, ao lado do casal de protagonistas, pelo seu
carisma. Mas o trio sequestrador não contava com a interferência de um homem de
preto, que buscava salvar Buttercup das garras dos três. A partir desse
momento, a história se desenrola e nos surpreende a cada momento, com muita
ironia sobre os clássicos romances românticos, muito bom humor, sátiras e uma
pitada de romance na dose certa. A lição principal dessa história é que a vida
não é justa.
SÓ LEIAM ESSE PARÁGRAFO APÓS A LEITURA DO LIVRO
Lembra que eu disse que o autor tece
comentários ao longo de todo o livro, sobre a edição e sua vida pessoal?
Fazendo um pesquisa, descobri que tudo isso não passa de invenção do autor.
Todos esses comentários foram muito bem construídos e inseridos, conferindo
verossimilhança à história. Juro que realmente acreditei e sofri, ri, com toda
a história relatada, mas descobri, após a leitura do livro, se tratar de
ficção. A meu ver, não prejudica a leitura, pelo contrário, adorei saber que ao
final fui enganada assim como muitos leitores ao redor do mundo. Para mim,
isso, junto ao conjunto da obra, torna-a um livro diferente de outros do gênero
e especialmente interessante. Descobri também que muitos seriados, filmes e
animações fazem referência à essa história. A mais interessante que descobri
foi Shrek, que também é uma espécie de paródia dos contos de fada, sendo Fiona
a Buttercup e Shrek o Westley. Para quem quiser se divertir, surpreender,
chorar, e conhecer esse clássico cult que inspirou dezenas de outas produções,
recomendo a leitura.
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