Resenha
Livro: Macunaíma
Autor: Mário de Andrade
Ano de lançamento: 1928
Macunaíma nasceu já mostrando sua principal
característica: preguiça. Nascido às
margens do mítico rio Uraricoera, na floresta amazônica. Era da tribo dos
Tapanhumas. Se transforma em homem adulto quando toma banho de mandioca brava.
Quando adulto, se apaixona por Ci, Mãe do Mato e tem um filho com ela, que
morre ainda bebê.
A mãe do mato, cheia de tristeza após a perda do
seu filho, sobe aos céus, se tornando uma estrela. A única lembrança que
Macunaíma possui de sua amada é um amuleto, chamado de muiraquitã. O nosso
herói sem caráter perde o amuleto e descobre que está em posse de Venceslau
Pietro Pietra, o Piamã, gigante que come gente. Com a finalidade de recuperar
seu amuleto perdido, Macunaíma parte com seus irmãos, Jiguê e Maanape para São
Paulo.
Mário de Andrade foi um importante autor que
participou do movimento modernista na literatura, sendo um dos destaques da
Semana de Arte Moderna que ocorreu em 1922. Nessa obra, utiliza a oralidade ,
traços de expressão da língua falada, só que escrita. Mário debocha em vários
passagens do livro da norma culta da língua.
Em um dos posfácios presentes no livro, o autor
nos conta que escreveu esse livro durante um período de férias de 15 dias e que
inicialmente, não tinha muitas pretensões acerca do sucesso dele. Essa obra se
tornou um clássico da literatura brasileira, pois é uma metáfora importante
sobre a formação do povo brasileiro, um povo que sofreu diversas influências de
várias nacionalidades em sua formação. Macunaíma represente nossa gente, nosso
povo e como ele foi massacrado pelo gigante Piamã, que representa
simbolicamente o povo europeu. O enredo possui ainda metáforas para falar da
igreja e dos países do oriente, o capitulo que fala da Vei Sol.
A obra traz explicações para a realidade baseadas
em mitos. É explicada a origem do bicho do café, dos dias e noites, das
formigas, entre outros. O autor traz uma característica do povo indígena, que
explica a realidade baseada em fenômenos da natureza e mitologia, tão presente
em nossa formação como brasileiros, que ignoramos. O autor mistura fantasia com
realidade, numa ordem não cronológica, que no começo, me fez ficar um pouco
perdida, pois não tenho muito costume com esse tipo de narrativa, mas que ao
longo do romance, faz total sentido. Li
a obra num ritmo lento, acredito que pelo fato já mencionado anteriormente de
não estar tão habituada a este tipo de narrativa, rapsódia que mistura tempos e
espações de maneira tão intrínseca e original.
Finalizando, uma obra necessária, divertida e
reflexiva. Um clássico da nossa literatura, que recomendo fortemente a leitura.
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